A unidade conta com ambulatório específico para prestar cuidados especializados e gratuitos a esta comunidade desde 2022
Além de ser um mês comemorativo do orgulho LGBTQIA+, junho também marca campanhas de conscientização social em prol da luta contínua dessa comunidade contra a discriminação, pelo respeito à diversidade e pela garantia de direitos fundamentais, o que inclui o acesso à saúde.
Vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Universitário de Brasília, da Universidade de Brasília (HUB-UnB), gerenciado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), possui o Ambulatório LGBTQIA+, que há três anos presta cuidados especializados e gratuitos para esta população.
No local são oferecidos atendimentos psicológico e psiquiátrico, tendo pactuação com outras especialidades, como ginecologia e obstetrícia, otorrinolaringologia, fonoaudiologia, mastologia, dermatologia, coloproctologia e infectologia. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Um dos serviços ofertados no Ambulatório LGBTQIA+ do HUB-UnB, e também no Ambulatório de Infectologia, é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). “Trata-se de um programa de prevenção ao HIV, que consiste no uso de antirretrovirais orais por pessoas que não tem o vírus, mas que estão em maior risco de contrair a infecção”, explica a enfermeira do Ambulatório de Infectologia da unidade, Ana Tereza Santos.
“O público-alvo do programa engloba casais sorodiscordantes interessados em planejamento reprodutivo, gays e HSH (homens que fazem sexo com homens), mulheres trans e travestis, pessoas em parcerias soro diferentes para o HIV, pessoas com relato frequente de sexo sem uso do preservativo ou múltiplas parcerias, profissionais do sexo, e usuários de crack e similares”, detalha a enfermeira.
O foco em grupos da comunidade LGBTQIA+ é justificado pelo alto índice de vulnerabilidade. Segundo dados do UNAIDS, no Brasil há cerca de 920 mil pessoas vivendo com HIV, e a AIDS mata dez vezes mais a população LGBTIQIA+ do que a violência.
De acordo com o psiquiatra Guilherme Veiga, que também coordena o Ambulatório LGBTQIA+ do HUB-UnB, esta população também apresenta índices maiores de adoecimento mental, uso de substâncias psicoativas e suicídios em comparação à população heterossexual.
“A importância de ter um atendimento de saúde pública direcionado ao público LGBTQIA+ está na promoção de um ambiente onde há acompanhamento adequado, com segurança e acolhimento”, ressalta o médico. “Embora essas pessoas devam ser tratadas com respeito e dignidade em qualquer ambiente de saúde, as estatísticas mostram que nem sempre é isso que acontece. Nesse contexto, ambulatórios como o nosso, que focam na saúde integral desses pacientes, são cruciais”, completa.
Para serem atendidas no Ambulatório LGBTQIA+ do HUB-UnB, as pessoas interessadas devem atender um dos requisitos abaixo:
- Ser paciente do hospital e contar com encaminhamento de alguma especialidade;
- Ter vínculo com a UnB e receber encaminhamento ao Ambulatório devido a alguma condição de saúde;
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Já ser paciente do SUS e realizar agendamento junto à recepção do Ambulatório 1, no corredor laranja, qualquer dia da semana, em horário comercial, ou por telefone, no 2028-5000.
Rede Ebserh
O HUB-UnB faz parte da Rede Ebserh desde janeiro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por: Angélica Calheiros – Coordenadoria de Comunicação Social
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares